vadia

foto: raphael fonseca

outro dia estava eu sozinho.

aí chegou mais um.

ele tinha alguma coisa. fez.

acendemos. fomos dar um rolé.

até hoje não sei se voltei.

Ceumar

Gira de Meninos

Deixa a madeira cheirosa queimar
Deixa a fumaça subir
Hoje eu quero cantar e cantar
Para os meninos daqui

E se os meninos de lá
Podem ouvir minha voz
Que lancem o seu olhar sobre todos nós

Canto pro povo daqui
Canto pro povo de lá
Giro entre as linhas da terra e do ar

Conto as estórias daqui
Pros meus amigos de lá
Pois vejo estrelas no céu e no mar

uma palavra, e é bahia.

viajada, a mente, agora são os pés quem pro_

curam os novos caminhos.

e como caetano disse lá no cê,“como em plena

glória espiritual

que digo:”é pá bahia, meu rei e minha rainha!

vai ser lá esse verão, e promete!

a bahia sempre me prometeu muito, eu só prometi

a volta.

é lá onde o novo ano vai chegar. e vai ficar por lá.

o c a m i n h o se faz bem maior nesse momento e eu

vou ao menos me MOVENDO.

cibelle

torquato disse:

"Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes."

eu digo:

poesia, muito bom

mas cadê o pão ?

poesia, muito bom

mas o poeta vai

embora

e não há dinheiro,

que pague.

michel melamed

... e esta eterna sensação de estar
comprando dinheiro
fritando frigideira
cavando pá
fotografando foto
trocando o que já se tem pelo que ainda se tem...

jáinda.

leandro jardim

"Ser poeta é, dentre mais,
ter o dom do feminino
estampado no filtro da testa"

colagem

Tento escrever o que posso
Meu passo
Passeia na rua escura
Tento não repetir o meu ato
Faço o que faço
E é só loucura!

malabarista.

brinda,
palavra com palavra
o poeta
que aqui vos fala.

brinca,
de palavra
(e não há palavras)
o malabarista
que cai na lona.

giras gerais, no MOLA; amanhã !

tenho grande dificuldade em dar títulos a poemas
e nenhuma em dar nome aos bois

deseo que tengo
es besar su boca
y conocer
lo que de más raro
tiene su lengua,

si tiene.

marginal

Corra na orla
Circuito aberto ao mar
Fora
Do lado. Margem
Desenho branco. Borda
Mais um pouco. Meio-fio
Marginal perdido. Mar

fazendo retratos

ando tão sem sono
por aí fazendo retratos
ando tão sem saco
por aqui fazendo auto-retratos
procurando-me
onde me acho
te encontro
achei que o amor tivesse morrido
ou eu te esquecido
que você não queria mais papo
qualquer coisa do tipo

Só pra botar água na boca:

back in bahia

da Elisa do bonito isso:

o vento sopra os obstáculos fazem a música

uma nota.

anotonoto que aqui estou, hoje.
então é preciso saber e saber ao certo tirar proveito,
o tal acúmulo de experiência. quanto custa? digo, tempo.
porque aí, a gente pode precisar saber, pra não ficar aí um
tempão acumulando.
ou é “só” isso mesmo, a vida ?

Mário Quintana

"Não tenho a pretensão de que todas as pessoas de que gosto, gostem de mim. Nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que eu em algum momento fui insubstituível, e que esse momento será inesquecível.”

cordel na feira.

Feira Municipal de Arraial do Cabo
fotografias de minha autoria.

arnaldo antuniano.

ilustração Paulina Sepulveda

Meu pés passam;

Minhas mãos massam.

O Rei Momo e o Arco-Íris:

Homossexualidade e Carnaval no Rio de Janeiro

“Criou-se, segundo Guasch-Andreu (2000), o “mito da heterossexualidade”, uma história ou narrativa sagrada (“a verdadeira história do corpo”), transmitida oralmente e através de livros e textos também sagrados (manuais, compêndios e tratados de anatomia). Ele tenta explicar o mundo e, em particular, o mundo dos desejos e dos afetos, com ordem recém-estabelecida, porém já “naturalizada” e transformada em norma: a heteronorma. Institui-se uma sexualidade ortodoxa que deve ser seguida como dogma científico para a perfeita adequação aos preceitos do “dimorfismo sexual” (darwiniano) e do “paradigma da reprodução” (Herdt, 1994): a ortodoxia heterossexual.”

Fabiano Gontijo

semsal.

tempipocassaltandodotelhadodovizinho.semsal.

jeff depner

onde? quando?

constituição do brasil
art. 5° do capitulo I parágrafo IX
determina que:

“é livre a expressão da atividade intelectual,

artística, cientifica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença”

Socorro

Serra a língua no dente

Na boca fria de domingo

Cachorro magro gritando latido

Eu vou ao seu socorro

Quem sou eu sem dente

O tempo me faz demente

Por que é domingo

Bocejo no fusca azul

Velocidade máxima é rastejar

Bêbado contente leva o seu saco

Tira um sarro da sua cara

Meche com a gente

Subo a rua sobe desce

Viro à esquerda

Vejo se ela aparece

Corro sem pernas como doente

Levo um papo com ela

Escondo os remédios

Dou um sorriso urgente

Cachorro magro gritando doente

Bêbado resmungando latido

Bocejo na cara da gente

Na cara suja de domingo