sexta-feira, 30 de setembro de 2011

água-mãe

um filme de Alex Cortes



fotos: Raphael Fonseca

(d)e manhã

a cabeça avoa. o corpo, acompanha.
pesadoleve. pesadoleve.
o horizonte se abre. o sol nascente confirmando o que se veja.
o que eu seja, onde e quando
mais
um pouco de sol (d)e manhã.
hoje tem lua crescente.

Raphael Fonseca

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

volta e 1/2.


razante voô
sem volta atrás
mergulho no raso
cabeça na areia
rua escura, bebedeira
volta e meia, água
volta e meia, vento
água raz
água com gás
beira de rua
e areia
volta e meia
a orla
se perde na margem.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

o gosto.


o sol
a praia o sal.
um garoto
entrou pela janela
aberta
espaço vazio.
tocou o rosto
a boca
imensa
sentiu o gosto.

foto: Daniel Klajmic

domingo, 21 de agosto de 2011

o centro de artes hélio oiticica.

estive no centro de artes hélio oiticica, e pude constatar, para minha infelicidade, que o centro está um tanto abandonado e que lá não há uma obra sequer do artista que dá nome ao lugar. e apesar da ótima exposição de arte contemporanêa africana(benim), não há uma sala com obras do hélio, fotos ou peças, não há nada dele no centro.
conversamos com um funcionário, que nos foi muitissímo simpático e solícito, e ele nos disse que sim, havia muitas obras do artista por lá e que também tinha uma sala dedicada ao projeto HO, mas que depois da posse de eduardo paes como prefeito do rio de janeiro, um acordo não teria sido renovado com a família oiticica para que as obras permanececem lá, voltando para a casa deles no jardim botânico. e o único material impresso sobre o artista que existe no centro, é apenas um cronologia de sua vida, contando os fatos mais importantes, não muito detalhados, e há também um material igual sobre seu pai, josé oiticica filho que era cientista, com numerosos trabalhos de fotografia e pintura, só que esse só está disponível em francês.
assim sendo, o centro fica um tanto descaracterizado e a obra do artista cada vez menos conhecida. vez ou outra, algumas dessas obras podem ser vistas em exposições coletivas sobre arte brasileira das decádas de 60 e 70, no MAM. no guggenheim ou no moma, com certeza deve haver uma sala ou alguma peça do hélio. um artista tão significativo não merece ter sua obra tão mal admistrada assim, e o centro que leva seu nome, não fazer jus a essa grife da arte moderna mundial.
algo para mudar essa realidade precisa ser feito, rapidamente.

Raphael Fonseca

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

40 anos depois.



em Arraial do Cabo é aprovado o projeto de lei que pede a criação do dia do orgulho hétero. em são paulo, onde um travesti foi assassinado brutalmente com 32 facadas, e esse é só um dos casos mais recentes, a lei é aprovada. no equador são fechadas mais de 30 clínicas que 'tratavam' o homossexualismo, sim eles acreditam que é uma doença. a tv globo só expõe gays esteriotipados nos seu folhetins, cada vez mais. mas não mostram sequer um beijo entre eles, em contrapartida mostrou um sendo morto barbaramente a socos e pontapés. no Rio de Janeiro pai e filho foram espancados, por serem 'confundidos' com um casal de homossexuais.
acredito que os gays de são francisco, frequentadores do bar stonewall não imaginavam e não queriam que a parada gay, iniciada por causa de violência e discriminação, ainda fosse necessária 40 anos depois. e ainda hoje não vermos um fim dela.
que mundo é esse? que tempo estamos vivendo? pra onde estamos indo?
cadê a modernidade? cadê a funcionalidade da informação acessível a todos?
sinceramente essas noticias muito me assustam, ainda mais por viver um mundo e no mundo onde não vejo nascerem mais heterossexuais convictos. todos serão bissexuais, pelo menos. todos serão uma mistura de tudo, globalizados, todos serão e terão mentes e corpos híbridos. e assim é que vai ficar melhor, mais bonito e democrático. essa é a graça das pessoas, do mundo!

Raphael Fonseca

sábado, 13 de agosto de 2011

o que dizer

do que escrevo
se nem sei se escrevo.
e você, lê?
o quê?
o que dizer
de escrever
se o faço para sobreviver?
mas sei que escrevo
para afirmar
a sua existência.

a catadora de latas.

foto: Raphael Fonseca

em obra.

qualquer coisa pode acontecer
alguma coisa
vai longe, melhor
aqui do rio de janeiro
em obra, mas que continua
lindo, indo até
onde não dá mais
eu vou parando
com o pior, olhando
ao redor, meu
olho fica bem
maior.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

dos ratos.

o que eu quero agora
miro jáinda ao longe
no horizonte
bem distante
encaro de perto
o que quero
é certo
insisto no ato
naquilo que quero
e passo perto
tiro o retrato
mas não esqueço
que os becos
são sempre dos ratos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

COISA?

colagem:
Raphael Fonseca

poeminha musical

Sempre é bom dizer
E cantar
Uma novidade
Uma velha canção, um samba bom
Mas eu sou quase mudo
Quase surdo de velhas histórias
E tudo que eu quero
É uma nova canção
Raphael Fonseca

segunda-feira, 18 de julho de 2011

'obra em progresso'

um pedaço de mim
cresce longe
e eu nem vejo
uma outra
cresce e agrada
a deus e o mundo
eu no canto meio mudo
meio surdo, meio quilo
como dizia minha tia, penso
o que não cresce
amiúde é o que faz mais imenso.

[poema ainda não terminado]
Raphael Fonseca

terça-feira, 21 de junho de 2011

" A fotografia

é uma maneira, um passaporte, um pretexto pra gente conhecer o mundo, conhecer outros lugares. Sem a câmera, nossa mobilidade é muito menor. A câmera é o que dá mobilidade para você se enfiar nos becos, viajar, procurar detalhes. Se você não estiver com a câmera, acho que perde seu potencial."

CASSIO VASCONCELLOS
fotógrafo

quinta-feira, 16 de junho de 2011

agora

não importa o ritmo. importa o rito, e nem é de passagem..
é no risco da contra-mão, na linha do meio-fio onde vou cumprindo a missão.
é na corda bamba, sozinho, que vou compondo e vivendo o maracatu atômico.

terça-feira, 31 de maio de 2011

REMIX

século XX

Adriana Calcanhoto / Waly Salomão


Amar um tabuleiro de palavras-suvenirs/ Apanhe e leve algumas palavras como suvenirs/ Faça você mesmo seu micro tabuleiro enquanto o jogo lingüístico/ Babilaque, pop, chinfra, tropicália, parangolé, beatick,vieticong,/ bolchevique, technicolor, biquini, pagode, axé, mambo, rádio,cibernética;/ Celular, automóvel, buceta, favela, liségico, maconha, ninfeta,megafone,/ microfone, clone, sonar, sputinick, dada;/ Sagarana, stéreo, subdesenvolvimento, existencialismo, fórmica,arroba,/ antvírus, motossera, mega sena;/ Cubofuturismo, biopirataria, dodecafônico, polifônico,/ Naviloca, polivox, polivox

segunda-feira, 30 de maio de 2011

esse mesmo.


o anjo que me falta
é esse mesmo
que eu encontro
no passo a passo
no perdido das noites vermelhas
o beijo que me falta
é esse mesmo
de asfalto.

raphael fonseca

Phil Poynter









segunda-feira, 9 de maio de 2011

cinema



fazer filmes

e mu-dar o mundo com eles!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Bobinho.

Cada louco é um louco. E você
Vê se não esquece. Seja um
Não deite na cama. Agora

Na rua pega fogo. A lua
Te chama. E você aí
Bobão.
Toma um copo. Tome


Um porre mais um porre
É dose. E cada um
Pula onde quer. Não
Bobão.
Não pule em qualquer
Lugar.

Veja se dá. Mas pule
Não precisa chamar ninguém.
E veja
Uma perna mais outra. São tuas
E são duas. Bobinho.
Então pule
Ou afunde.

raphael fonseca

john audubom




'nada igual
ao bem e o mal
2(experimente é legal)
eu creio que existe o bem e o mal
mas nã há nada igual
e tudo tem mel e tem sal.'


Torquato/julho/71

segunda-feira, 4 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

martin stranka

mais a voar.

bala de café, rapé
um amigo meio surdo
e o outro cantor
em baixo dos arcos da lapa
bala de loucura, a cura
longe do vício, das artes
o arco, íris
de um azul, mais vivo
o passarinho veio visitar
mas não cantou novidade
mais uma vez ficou pela cidade
disse pr'eu andar
onde o coração morar
onde a cabeça, livre.
mais a voar.

jeitoforma

é. depois de tempo sem nada acontecer, e sem escrever também, estou aqui pra recomeçar. zerar e ver se posso fazer de outra forma. ver se dá pé mesmo, sabe como?! não vou desistir do sonho, nem de você. vou fazer por onde. vai ficar aí pra ver? nem sei se vale... eu volto. só o que posso dizer: tudo tem um jeito e uma forma.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

o músico

não é só o músico
é o menino trancado
no violão
no quarto
sentado calado
parado no canto
leve
que se pudesse
não se fazer notar
fazia mais música
mais música

para junior carriço