quarta-feira, 31 de agosto de 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

volta e 1/2.


razante voô
sem volta atrás
mergulho no raso
cabeça na areia
rua escura, bebedeira
volta e meia, água
volta e meia, vento
água raz
água com gás
beira de rua
e areia
volta e meia
a orla
se perde na margem.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

o gosto.


o sol
a praia o sal.
um garoto
entrou pela janela
aberta
espaço vazio.
tocou o rosto
a boca
imensa
sentiu o gosto.

foto: Daniel Klajmic

domingo, 21 de agosto de 2011

o centro de artes hélio oiticica.

estive no centro de artes hélio oiticica, e pude constatar, para minha infelicidade, que o centro está um tanto abandonado e que lá não há uma obra sequer do artista que dá nome ao lugar. e apesar da ótima exposição de arte contemporanêa africana(benim), não há uma sala com obras do hélio, fotos ou peças, não há nada dele no centro.
conversamos com um funcionário, que nos foi muitissímo simpático e solícito, e ele nos disse que sim, havia muitas obras do artista por lá e que também tinha uma sala dedicada ao projeto HO, mas que depois da posse de eduardo paes como prefeito do rio de janeiro, um acordo não teria sido renovado com a família oiticica para que as obras permanececem lá, voltando para a casa deles no jardim botânico. e o único material impresso sobre o artista que existe no centro, é apenas um cronologia de sua vida, contando os fatos mais importantes, não muito detalhados, e há também um material igual sobre seu pai, josé oiticica filho que era cientista, com numerosos trabalhos de fotografia e pintura, só que esse só está disponível em francês.
assim sendo, o centro fica um tanto descaracterizado e a obra do artista cada vez menos conhecida. vez ou outra, algumas dessas obras podem ser vistas em exposições coletivas sobre arte brasileira das decádas de 60 e 70, no MAM. no guggenheim ou no moma, com certeza deve haver uma sala ou alguma peça do hélio. um artista tão significativo não merece ter sua obra tão mal admistrada assim, e o centro que leva seu nome, não fazer jus a essa grife da arte moderna mundial.
algo para mudar essa realidade precisa ser feito, rapidamente.

Raphael Fonseca

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

40 anos depois.



em Arraial do Cabo é aprovado o projeto de lei que pede a criação do dia do orgulho hétero. em são paulo, onde um travesti foi assassinado brutalmente com 32 facadas, e esse é só um dos casos mais recentes, a lei é aprovada. no equador são fechadas mais de 30 clínicas que 'tratavam' o homossexualismo, sim eles acreditam que é uma doença. a tv globo só expõe gays esteriotipados nos seu folhetins, cada vez mais. mas não mostram sequer um beijo entre eles, em contrapartida mostrou um sendo morto barbaramente a socos e pontapés. no Rio de Janeiro pai e filho foram espancados, por serem 'confundidos' com um casal de homossexuais.
acredito que os gays de são francisco, frequentadores do bar stonewall não imaginavam e não queriam que a parada gay, iniciada por causa de violência e discriminação, ainda fosse necessária 40 anos depois. e ainda hoje não vermos um fim dela.
que mundo é esse? que tempo estamos vivendo? pra onde estamos indo?
cadê a modernidade? cadê a funcionalidade da informação acessível a todos?
sinceramente essas noticias muito me assustam, ainda mais por viver um mundo e no mundo onde não vejo nascerem mais heterossexuais convictos. todos serão bissexuais, pelo menos. todos serão uma mistura de tudo, globalizados, todos serão e terão mentes e corpos híbridos. e assim é que vai ficar melhor, mais bonito e democrático. essa é a graça das pessoas, do mundo!

Raphael Fonseca

sábado, 13 de agosto de 2011

o que dizer

do que escrevo
se nem sei se escrevo.
e você, lê?
o quê?
o que dizer
de escrever
se o faço para sobreviver?
mas sei que escrevo
para afirmar
a sua existência.

a catadora de latas.

foto: Raphael Fonseca

em obra.

qualquer coisa pode acontecer
alguma coisa
vai longe, melhor
aqui do rio de janeiro
em obra, mas que continua
lindo, indo até
onde não dá mais
eu vou parando
com o pior, olhando
ao redor, meu
olho fica bem
maior.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

dos ratos.

o que eu quero agora
miro jáinda ao longe
no horizonte
bem distante
encaro de perto
o que quero
é certo
insisto no ato
naquilo que quero
e passo perto
tiro o retrato
mas não esqueço
que os becos
são sempre dos ratos.